Acervo

Destaques do Acervo Pixinguinha no IMS

01. Pixinguinha por ele mesmo – manuscritos autógrafos

Uma das maiores joias do Acervo Pixinguinha no IMS é a coleção de choros clássicos de Pixinguinha manuscritos pelo próprio compositor. Escritos em sua maioria a bico de pena, com o título em realce em tinta vermelha e caligrafia caprichada, é possível encontrar preciosidades como Cuidado colega, Cochichando (por ele intitulado “Coxixo”), Vou vivendo (“Vou vivendo como posso”, no título original de Pixinguinha), Os cinco companheiros, Acerta o passo, Devagar e sempre, Displicente, Marilene, No terreiro de Alibibi, Oculto, Saudades de Teresópolis, Trombone atrevido, Vagando, Machuca Mané, Tem mironga e Choro de gafieira.

 

02. Prefixo e Sufixo do Programa “O Pessoal da Velha Guarda”

Durante os anos de 1947 a 1952 um dos maiores sucessos da Rádio Tupi era o programa “O Pessoal da Velha Guarda”, idealizado e produzido por Almirante, com a participação de Pixinguinha, Benedito Lacerda, Raul de Barros e uma orquestra “exclusivamente formada pelo pessoal da velha guarda”. A cada quarta-feira, pontualmente às 21hs, um gongo seguido de um pout-pourri de músicas da “velha guarda”, executado ao vivo pela orquestra – a polca Atraente de Chiquinha Gonzaga, o schottisch Iara de Anacleto de Medeiros, a valsa Clélia de Luiz de Souza, dentre outras – anunciava aos ouvintes “um programa para oferecer músicas do Brasil de ontem e de hoje em arranjos especiais de Pixinguinha”. O Acervo Pixinguinha no IMS preserva as partituras manuscritas do Prefixo e do Sufixo, escritos por Pixinguinha para este programa radiofônico que é um clássico na história da rádio brasileira.

Clique aqui para ver os manuscritos e ouvir as gravações do Prefixo e do Sufixo

 

03. Coleção de arranjos para a “Orquestra do Pessoal da Velha Guarda”

Uma das mais importantes coleções do Acervo Pixinguinha no IMS é o corpus de centenas de arranjos escritos por Pixinguinha para a “Orquestra do Pessoal da Velha Guarda”, no contexto do programa de mesmo título dirigido por Almirante na Rádio Tupi entre 1947 e 1952. Escritos para grande orquestra, formada por flautim, flautas, clarinetes, saxofones (2 altos, 2 tenores e eventualmente barítono), metais (2 ou 3 trompetes, 2 ou 3 trombones, a depender do arranjo), piano, violinos, contrabaixo, bateria e percussão, estes arranjos representam sem dúvida um dos pontos mais altos na carreira de Pixinguinha como arranjador.

Clique aqui para ver os manuscritos dos arranjos publicados nas caixas “Pixinguinha na Pauta” (IMS e Imprensa Oficial de SP, 2010) e “Pixinguinha Outras Pautas” (IMS, Edições Sesc e Imprensa Oficial de SP, 2014)

 

04. Arranjo sinfônico de Carinhoso

Escrito em 1938 para a comemoração do 5º aniversário da direção artística do produtor César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, a fantasia sinfônica sobre Carinhoso é um dos pontos altos da carreira de Pixinguinha como arranjador. O Acervo Pixinguinha no IMS guarda os originais deste arranjo, um dos poucos escritos por Pixinguinha para grande orquestra – com cordas, madeiras e metais completos. O conjunto compreende 69 partituras manuscritas por Pixinguinha e copistas (sob os números de registro 187_001 a 187_069). O arranjo original foi publicado na caixa “Pixinguinha Outras Pautas”, lançada em 2014 pelo Instituto Moreira Salles em parceria com as Edições Sesc e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Clique aqui para ver os manuscritos do arranjo de Carinhoso

 

05. Salmo 28

Segundo Sérgio Cabral, em sua biografia sobre Pixinguinha, na década de 1960 a esposa do compositor, Albertina Vianna, passou a frequentar as Igrejas Presbiterianas de Ramos e Olaria, frequentando assiduamente cultos religiosos promovidos por estas instituições, conforme comprovam documentos de Betty ainda presentes no Acervo Pixinguinha no IMS. Ainda que não haja nenhuma comprovação de que o próprio Pixinguinha participasse efetivamente destes cultos, ele escreveu uma peça curta para canto e piano, com base nos versículos 6 a 9 do Salmo 28. A partitura original, manuscrita pelo autor e parte integrante do Acervo Pixinguinha no IMS, traz a observação de que a música foi composta em 15/08/1968 e que teria sido cantada em primeira audição por Betty, provavelmente em uma das igrejas citadas acima.

Clique aqui para ver o manuscrito da composição de Pixinguinha sobre o Salmo 28

 

06. Arranjos do LP “Carnaval da Velha Guarda” (Sinter 1054, 1955)

Na esteira do sucesso do Festival da Velha Guarda, produzido por Almirante em 1954 na cidade de São Paulo, Pixinguinha é convidado pela gravadora Sinter a produzir um LP dedicado ao carnaval, em que mostrasse não só “seus dotes como arranjador” como também o que seria “o verdadeiro samba, ao contrário desse samba abolerado e moderno, insosso, que está na moda”, como salienta Sérgio Porto no texto da contracapa do LP. O Acervo Pixinguinha no IMS guarda os originais manuscritos por Pixinguinha dos oito arranjos que compõem este disco, escritos para uma formação composta por flautim, clarineta, dois trompetes, bombardino, tuba e percussão. Todos os arranjos foram publicados na caixa “O Carnaval de Pixinguinha”, lançada em 2014 pelo Instituto Moreira Salles em parceria com as Edições Sesc e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Clique nos links abaixo para visualizar os manuscritos dos arranjos do disco “Carnaval da Velha Guarda”

  1. Pelo telefone
  2. Já te digo
  3. Mulher Cruel
  4. Cristo Nasceu na Bahia
  5. Depois que você me deixou
  6. Gavião Calçudo
  7. Ai, eu queria
  8. Adeus morena

 

07. Arranjos do LP “Assim é que é – Pixinguinha e sua banda” (Sinter 1713, 1957)

Lançado em 1957 pela gravadora Sinter, com um repertório formado por polcas, maxixes, tangos brasileiros e schottischs, o LP “Assim é que é” é mais um clássico da discografia de Pixinguinha. Seguindo a instrumentação dos discos Sinter anteriores – flautim, clarineta, dois trompetes, bombardino, tuba e percussão – o LP traz um repertório de 12 músicas.

Clique nos links abaixo para visualizar os manuscritos dos arranjos do disco “Assim é que é”

Assim é que é

  1. Dando topada
  2. Flausina
  3. Molengo
  4. Assim é que é
  5. Morcego
  6. Bebê
  7. Cigana de Catumbi
  8. Alfredinho no choro
  9. Maxixe de ferro
  10. Buliçoso
  11. Me deixou saudades
  12. Cascatinha

Além dos arranjos gravados, foram encontrados mais cinco arranjos, escritos na mesma época, que não entraram no disco: Dorinha (Freitinhas), Flor do Abacate (Álvaro Sandim), Meu casamento (Pedro Galdino), Só tu não sentes e Tenho um desejo (ambas de J. F. Fonseca Costa). Todo este material foi publicado na caixa “O Carnaval de Pixinguinha”, lançada em 2014 pelo Instituto Moreira Salles em parceria com as Edições Sesc e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Clique nos links abaixo para visualizar os manuscritos dos cinco arranjos inéditos

  1. Dorinha
  2. Flor do Abacate
  3. Meu casamento
  4. Só tu não sentes
  5. Tenho desejo

 

08. Manuscrito de Pixinguinha para o Lundu Característico de Joaquim Callado

Joaquim Callado é apontado por muitos como o “pai dos chorões”: suas composições gozavam de imensa popularidade entre os instrumentistas de choro no século XIX e seus feitos como flautista corriam de boca em boca e foram imortalizados no verbete que Alexandre Gonçalves Pinto escreveu sobre ele em seu livro “O Choro – reminiscências dos chorões antigos”, de 1936. Uma de suas mais importantes composições para flauta é o Lundu Característico, peça de 126 compassos que foi citada por Villa-Lobos no começo de seu Choros nº 6. O Acervo Pixinguinha no IMS guarda uma bela cópia desta música (219_001 a 219_004) manuscrita com todo o capricho por Pixinguinha – ele que pode ser considerado um dos mais importantes seguidores de Callado na linhagem de flautistas da história do choro.

Clique aqui para ver o manuscrito de Pixinguinha para o Lundu Característico

 

09. Coleção de Partituras de Chorões da Velha Guarda

Pixinguinha é um dos mais importantes elos de ligação entre o choro dos séculos XIX e XX. Durante sua infância e adolescência conviveu com a música de chorões como Irineu de Almeida, Luiz de Souza, Joaquim Callado, Saturnino, dentre vários outros. Em seu depoimento ao Museu da Imagem e do Som, afirmou que seu pai – o também flautista Alfredo Vianna – “quando ia pra um baile, carregava três cadernos de 40 páginas cada um para tocar três choros, quatro choros (risos)”. No Acervo Pixinguinha no IMS é possível se encontrar duas pastas (catalogadas originalmente com os nomes de Avulsas 465 e 468) com 110 partituras de compositores que remontam a sua infância e juventude. Não se pode afirmar com certeza que esta coleção tenha pertencido a seu pai. Entretanto é certo que o repertório é exclusivamente formado por composições de chorões importantes como Callado, Saturnino, Viriato Figueira, Juca Kallut e outros. Na coleção, destaca-se uma polca inédita de Joaquim Callado, a Polca em fá maior (465_022).

Clique aqui para visualizar os dois Cadernos da Velha Guarda

Clique aqui para visualizar a polca inédita de Joaquim Callado

 

10. Coleção de Músicas de Cândido Pereira da Silva (Candinho)

Cândido Pereira da Silva (1879-1960) foi um dos maiores nomes da história do choro no século XX: para além de ter sido um grande intérprete do trombone – responsável por algumas das primeiras gravações de choros na Casa Edison, com seu “Grupo Carioca” – foi também um dos mais prolíficos copistas da história do gênero. Graças às centenas de partituras manuscritas que deixou – hoje dispersas em diversos acervos de partituras pelo Brasil, dentre os quais o Acervo Jacob do Bandolim, no MIS e o Acervo Pixinguinha, no IMS – podemos recompor a obra de grandes nomes como Anacleto de Medeiros, Joaquim Callado e do próprio Pixinguinha, de quem foi amigo dileto e admirador. Esta admiração era sem dúvida recíproca, já que é possível se encontrar no Acervo Pixinguinha uma pasta que contém 30 manuscritos de músicas de Candinho (Avulsas 461), em cópias de Arnaldo Corrêa e do próprio trombonista.

Clique aqui para visualizar a Coleção de Músicas de Cândido Pereira da Silva