MURARO (Heriberto Leandro Muraro) – La Plata, Argentina, 25/03/1903 – Rio de Janeiro RJ, 08/03/1968
Pianista e compositor, é parceiro de Pixinguinha na composição dos choros Saudades de Santa Cruz (gravado pelo próprio Muraro, em 1948) e Saudade do cavaquinho (gravado em 1996 pela Orquestra Pixinguinha). Além de grandes amigos, os dois também foram sócios em um empreendimento, como se pode perceber pelo carimbo estampado em partituras do acervo de Pixinguinha, no qual se lê: “Escriptorio Technico Musical Pixinguinha & Muraro – Rua Mayrink Veiga, 30 / Sala 1”.
Formado no Conservatório Fracassi D'Andrea, chegou ao Brasil em 1932, já trazendo uma vasta experiência como concertista do Salão Argentina e como músico das rádios Cultura e Belgrano (de Buenos Aires), além de apresentações no Chile e no Uruguai. Por aqui, trabalhou inicialmente na Rádio Record de São Paulo (1932), transferindo-se no ano seguinte para a Rádio Mayrink Veiga (no Rio de Janeiro), para acompanhar a cantora argentina Lely Morel. Posteriormente, ganharia destaque também como atração solo, participando dos programas Rádio novidades, Quatro notinhas mágicas e Três malucos em ritmo, entre outros.
No cinema, foi escalado para participar das comédias musicais Alô, alô, Brasil (Wallace Downey, Braguinha e Alberto Ribeiro, 1935) e Alô, alô, carnaval (Adhemar Gonzaga, 1936), pouco antes de, em agosto de 1940, ser homenageado em um show coletivo com a participação, entre outros músicos, de Pixinguinha.
Sua agilidade e as brincadeiras que criava ao piano fizeram que fosse apresentado como O incrível Muraro, apelido que daria nome ao LP lançado em 1958 pela RGE, trazendo suas interpretações para composições de Ernesto Nazareth, João Pernambuco e Anacleto de Medeiros, entre outros brasileiros. Como compositor, destacam-se – além das já citadas parcerias com Pixinguinha – a valsa Roleta da vida (com Oswaldo Santiago, gravada por Carlos Galhardo em 1940), a marcha Barquinho pequenino (com João de Barro e Alberto Ribeiro, gravada em 1938 por Almirante) e Chopin no samba – adaptação de peças do compositor polonês para o samba, gravada pelo próprio Muraro em 1952.
