TUTE (Arthur de Souza Nascimento) – Rio de Janeiro RJ – 1º/07/1886 – Rio de Janeiro RJ – 1951
Considerado um dos primeiros violonistas de sete cordas da história do choro, Tute (apelido de Arthur de Souza Nascimento) teria sido também, segundo depoimento do próprio Pixinguinha ao Museu da Imagem e do Som, bombeiro (tocador de bombo) e pratista (tocador de prato) na Banda do Corpo de Bombeiros. Alexandre Gonçalves Pinto confirma essa informação em seu livro O choro: reminiscências dos chorões antigos, afirmando que o mesmo era “reformado do Corpo de Bombeiros”. Além disso, acrescenta a informação de que Tute manejava com destreza o violão e o bandolim, realizando solos que deixariam seus apreciadores “bambos das pernas”, tal a sua “maestria nestes dois instrumentos”.
Fiel amigo de Pixinguinha, Tute teria sido ainda o responsável pela indicação do jovem flautista, então com 14 anos de idade, como substituto de Antônio Maria Passos na orquestra do Teatro Rio Branco, sob a regência de Paulino Sacramento. É o próprio Pixinguinha quem conta a história em seu depoimento ao MIS:
“O Tute às vezes me levava para os seus ‘shows’. Eu ainda era um garoto de calças curtas. Uma vez faltou o flautista do Teatro Rio Branco – era o Antônio Maria Passos, grande flautista – e o Tute chegou perto do Sr. Auler, um dos sócios do teatro juntamente com o Quintela, e falou: ‘Seu Auler, eu conheço um rapaz que toca um bocadinho de flauta, toca bem. Ele pode dar conta do recado’. Tute tanto insistiu que o gerente e o Paulino Sacramento, regente da orquestra, concordaram”.
Em 1917, Tute grava com Pixinguinha os clássicos Rosa e Sofres porque queres pela Odeon, com o Grupo do Pixinguinha. Embora não haja absoluta certeza, é bastante provável que Tute tenha participado de outras gravações do conjunto entre 1919 e 1922, nas músicas Agonia lenta, Dançando, Os dois que se gostam, La brisa, O fim da lua de mel, Domingo eu vou lá, Os escoteiros, Fica calmo que aparece, Ipiranga e Os Oito Batutas.
Na década de 1930, Tute ainda faria diversas participações em programas de rádio e em concertos em um regional com Pixinguinha, Léo Vianna, Palmieri e Aristides. Além das gravações com Pixinguinha, Tute acompanhou ainda grandes cantores e instrumentistas da época, como Luperce Miranda, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, entre outros.