SEBASTIÃO CIRINO – Juiz de Fora MG – 20/01/1902 – Rio de Janeiro RJ – 16/07/1968
Compositor, maestro, violonista e trompetista, chegou ao Rio aos 11 anos de idade (1913), para trabalhar numa casa de família, e acabou abandonado na rua, dormindo nas obras da Biblioteca Nacional. Batalhou o próprio sustento como engraxate e pequeno jornaleiro, mas acabou preso por vadiagem, cumprindo pena na Colônia Dois Rios, na Ilha Grande, onde aprendeu a tocar trompete, tendo participado da banda dos presidiários. Em seguida, entrou para o Exército, onde prosseguiu com as atividades musicais, de onde saiu para atuar em cinemas e no teatro. Em 1923, participou dos Oito Cotubas – conjunto formado por Donga após a dissidência com os Batutas.
Já com Pixinguinha, participou do espetáculo Tudo preto, da Companhia Negra de Revistas (1926), no qual ficou encarregado de compor os números musicais – entre eles o divertido Cristo nasceu na Bahia, maxixe de sua autoria em parceria com o baiano Duque, que era cantado na revista por Dalva Espíndola, irmã da estrela Araci Cortes. O sucesso da música se estendeu até o carnaval de 27, quando foi uma das músicas mais cantadas pelo povo.
Ainda em 26, passou a atuar com a Carlito's Jazz-band e, com ela, partiu em turnê com a Companhia Ba-ta-clan (de Madame Rassimi) em excursão pelo Nordeste e pela Europa – fixando residência em Paris, onde se aprimorou musicalmente e de onde só retornaria em 1939, após o estouro da Segunda Guerra Mundial. De volta ao Rio, passou a trabalhar como professor de violão e músico em cassinos e cabarés. Já em meados da década de 1950, participou com Pixinguinha, João da Bahiana e Alfredinho Flautim do espetáculo A noite da Velha Guarda, realizado no Rio de Janeiro (1954) e em São Paulo (55).