ORQUESTRA DOS BATUTAS (1931-1932)
Sob a denominação “Orquestra dos Batutas” foram lançadas pela Victor oito gravações entre os anos de 1931 e 1932, com direção de Pixinguinha. Apesar do nome, o conjunto não deve ser confundido com o grupo Oito Batutas, que atuou de 1919 até cerca de 1923, e nem com a Orquestra Típica Oito Batutas, que atuou entre 1928 e 1929 pela gravadora Parlophon. Mais uma vez se aproveitava o popular nome “Oito Batutas” para batizar um grupo orquestral que nada tinha a ver com o grupo original, a não ser a presença de dois ilustres integrantes: Pixinguinha e Donga.
Na verdade, não se sabe exatamente qual era a formação da Orquestra dos Batutas: o mais provável é que ela fosse composta pelos mesmos elementos que integravam o Grupo da Guarda Velha, que atuou no mesmo período. A audição das duas orquestras comprova que a massa orquestral e a característica dos arranjos são muito parecidas. Embora lançando apenas oito gravações, a Orquestra dos Batutas apresenta algumas joias musicais que infelizmente permanecem pouco conhecidas, mas que se destacam como composição e arranjo.
Dentre elas, destacamos duas composições de Tio Faustino, o “introdutor do ‘omelê’, ‘afouchê’ e do ‘agogô’, três instrumentos de estilo africano nos arraiais do samba carioca”, conforme noticiava o Diário Carioca em 15 de janeiro de 1933 (clique aqui para ver a notícia): Capote de mango é teu (samba) e Vejo a Lua no céu (marcha), ambas gravadas por Elsie Houston, a cantora preferida de modernistas como Mário de Andrade e Manuel Bandeira.
Merecem ser também destacadas duas composições de Amélia Brandão Nery, a famosa Tia Amélia, pianista e compositora: Bichinha e Vá chorar meu bem, ambas cantadas por sua filha Silene de Andrade e com a própria compositora mostrando todo o seu virtuosismo ao piano.