Uma das músicas de maior sucesso do repertório dos Oito Batutas, na qual Pixinguinha mostrava todas as suas assombrosas habilidades como solista de flauta. A origem deste tema instrumental é controversa: para Ary Vasconcelos (Panorama da Música Popular Brasileira v. 1. São Paulo, Martins Editora, p. 89) este seria um motivo folclórico recolhido pelo clarinetista Malaquias (um dos primeiros a gravar na Casa Edison), na cidade de Campos, norte do estado do Rio de Janeiro, no início do século XX. Para Almirante, o tema teria sido recolhido de um “sanfoneiro de rua” pelo clarinetista Lourival de Carvalho, o “Louro” (informação citada no livro de Sérgio Cabral, Pixinguinha, vida e obra, Lumiar Editora, 1997, pp. 90 e 91). Qualquer que tenha sido sua origem, entretanto, a música se tornou um clássico graças às variações elaboradas por Pixinguinha. Seu primeiro registro fonográfico, realizado com o acompanhamento dos Oito Batutas, foi feito na Argentina em 1923 (disco Victor 73.827-A). Anos mais tarde, Pixinguinha regravaria o tema, desta vez rebatizado como “Urubu e o gavião” com acompanhamento de Rogério Guimarães e João Frazão nos violões e Nelson Alves no cavaquinho (disco Victor 33.262-B, lançado em 1930). Este registro foi classificado por Mário de Andrade como “uma das excelências da discoteca brasileira” (TONI, Flávia: A música popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade, São Paulo: Editora SENAC, 2004, p. 203).