Choro de Pixinguinha editado em 1948 pela Irmãos Vitale, partitura que traz a coautoria de Benedito Lacerda por razões extra-musicais. Segundo o pesquisador José Silas Xavier, existe ainda uma partitura publicada pela “Editora Musical Brasileira”, sem indicação de data, que traz apenas a autoria de Pixinguinha. Ainda segundo Silas Xavier, no verso de um catálogo da Casa Vieira Machado datado de 1919 existe uma listagem de sucessos dos “Oito Batutas” no Cinema Palais, dentre os quais um tango intitulado “Urubatau” – possivelmente o “Urubatã”, o que situa esta música entre as mais antigas de Pixinguinha. Gravado pela primeira vez pela Orquestra Victor Brasileira em 1929 (disco Victor 33.204-B) com arranjo e direção de Pixinguinha, o disco mereceu críticas entusiasmadas do musicólogo Mário de Andrade, que classificou a música como “admirável”, salientando a “riqueza e beleza de combinações instrumentais” (citado no livro A música popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade, de Flavia Toni, São Paulo: Editora SENAC, 2004, p. 87). Também em seu clássico livro “Música de feitiçaria no Brasil”, Mário de Andrade menciona a música para exemplificar a “influência do catimbó nordestino num macumbeiro carioca contumaz”. Na contracapa do LP “Som Pixinguinha” (Odeon, 1971), o produtor Hermínio Bello de Carvalho afirma que a palavra “Urubatan” seria um termo africano para designar “pássaro” e que este seria um “choro macumbeiro”, no dizer do próprio compositor. No Acervo Pixinguinha/IMS existe um arranjo do próprio compositor para esta música, datado de 16/07/1938 e editado no livro Pixinguinha – Outras Pautas (IMS/SESC/IOESP, 2014).