Um dos maiores sucessos de Pixinguinha, a valsa Rosa tinha originalmente três partes e o título de “Evocação”, conforme comprovam manuscritos de chorões da velha-guarda como Candinho, Arnaldo Corrêa e Frederico de Jesus (este último a denomina “Invocação”). A primeira gravação é do próprio Pixinguinha em solo de flauta (disco Odeon 121.365, lançado em 1917), com acompanhamento de Tute e um cavaquinho não identificado. A música se tornaria um sucesso nacional a partir da gravação de Orlando Silva em 1937 (disco Victor 34.181-B). Com arranjo de Radamés Gnattali para piano, flauta, 2 clarinetes, baixo, violão, cavaquinho e bateria – tendo o próprio Pixinguinha na flauta – a música foi gravada no mesmo dia que “Carinhoso”, que seria o outro lado do disco. Sobre a letra da valsa, até hoje pairam dúvidas: em seu depoimento ao MIS-RJ, Pixinguinha afirmou que a autoria seria de um mecânico do Méier, de nome Octávio de Souza, falecido muito jovem e que teria feito a letra em homenagem à irmã de um certo Moacir dos Telégrafos, cantor do bairro. Para diversos pesquisadores, entretanto, existe a suspeita de que a letra – por seu estilo rebuscado e parnasiano – seria de Cândido das Neves, parceiro de Pixinguinha em “Página de dor” e outras músicas. Polêmicas à parte, a música seria editada pela Mangione em 1937 tendo Pixinguinha como único autor.