Parceria de Pixinguinha e Cícero de Almeida (o “Baiano”). Lançado em 1929 em disco Parlophon 12.916-A, com interpretação de Patrício Teixeira acompanhado pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga. A gravação recebeu crítica negativa do jornalista Cruz Cordeiro, que na Revista PhonoArte afirmou que a música parecia “mais um fox-trot do que um samba”. Apesar da crítica, a parceria de Pixinguinha e Cícero de Almeida obteve estrondoso sucesso no carnaval de 1930, sendo adaptada para diversas formações instrumentais. Segundo o pesquisador José Silas Xavier, parte da melodia de “Gavião Calçudo” é adaptada de temas populares que já circulavam no repertório dos pianeiros cariocas do início do século (vide por exemplo o tango “Caboclinho” de Antonio Santos Chirol, gravado por Antônio Adolfo no LP Os Pianeiros, lançado pela FENAB). Existem pelo menos três arranjos de Pixinguinha para “Gavião Calçudo”. O primeiro, datado de 1955, foi editado no livro O Carnaval de Pixinguinha (IMS/SESC/IOESP, 2014). O segundo arranjo data de 1962, e é escrito para flautim, sax alto I e II, sax tenor, trompete I e II, trombone, piano e contrabaixo. O terceiro, para formação idêntica à anterior acrescida de sax barítono e mais 1 trompete, foi editado pela Irmãos VItale. Além destes arranjos, presentes no Acervo Pixinguinha/IMS, existe ainda um outro editado pela Casa Vieira Machado na série “Radamés Orquestra”.