Segundo o livro Filho de Ogum Bexiguento, de Marília Barbosa e Arthur de Oliveira (Rio de Janeiro: Funarte, 1979), este seria mais um choro “inédito” de Pixinguinha. Não existe, entretanto, nenhuma fonte que comprove esta autoria. Há, na verdade, duas músicas com o título “Dengoso” que vêm sendo erroneamente atribuídas ao autor de “Carinhoso”. A primeira é o conhecido choro de Jonas Silva, integrante do conjunto Época de Ouro – gravado no LP Clube do Choro (1976) como se fosse de Pixinguinha. A segunda é um maxixe historicamente atribuído a Ernesto Nazareth, e que, a partir de 2017 – com base em estudos do pesquisador Alexandre Dias – passou a ser atribuído a J. F. Fonseca Costa (Costinha). A edição mais antiga até agora conhecida desta música é de 1907 e tem a autoria creditada a um certo Renaud, que se supunha ser pseudônimo de Ernesto Nazareth. Em 2017, porém, surgiram dois documentos que apontam para a autoria de Costinha: um catálogo da Casa Vieira Machado de 1906 (o mesmo que no ano seguinte atribuiria a autoria a Renaud) e um anúncio no jornal O Século, de 20 de agosto de 1906, citando Costinha como autor da partitura recém-editada pela Casa Vieira Machado. Ainda não foi encontrado um exemplar desta edição de 1906, que poderia resolver todas as dúvidas. Pixinguinha escreveu um arranjo orquestral deste maxixe de Costinha para o programa O Pessoal da Velha Guarda.