IRINEU DE ALMEIDA – Rio de Janeiro RJ – 1863 – Rio de Janeiro RJ – 1916
Trombonista, tubista e tocador de oficleide, instrumento muito popular do choro no início do século XX, Irineu de Almeida foi um dos primeiros professores de música de Pixinguinha. Sem dúvida uma referência fundamental para o mestre do choro, por sua capacidade de fazer contrapontos em seu oficleide, conforme se nota nas gravações do grupo Choro Carioca. Irineu era negro, assim como Pixinguinha e Anacleto de Medeiros, este último o primeiro regente da Banda do Corpo de Bombeiros, que contava com Irineu entre seus músicos. Apelidado de Irineu Batina, pelo fato de usar constantemente uma sobrecasaca preta, Irineu foi descrito pelo carteiro Alexandre Gonçalves Pinto, em seu livro O Choro, como “um tipo gordo, de altura regular e muito bonachão”, que era “exímio bombardinista” e “trombonista disputado por todos os maestros estrangeiros” das companhias líricas que aqui aportavam.
Foi diretor de harmonia do rancho Filhas das Jardineiras, um dos mais importantes da época, e um dos primeiros em que Pixinguinha teve participação – onde o flautista conheceria Donga e João da Bahiana, que também eram integrantes. Irineu deixou uma obra bastante significativa de choros, muitos dos quais receberam arranjos de Pixinguinha ao longo do século XX, como o schottisch Jacy e o maxixe Morcego (ouça aqui na interpretação da Orquestra do Pessoal da Velha Guarda).
Segundo informação de José Silas Xavier (a partir de informação colhida no livro de assentamentos da Santa Casa do Rio de Janeiro), Irineu de Almeida faleceu em 22 de agosto de 1914, na famosa Pensão Vianna, situada à Rua Eleone de Almeida. O declarante do óbito foi China, irmão de Pixinguinha, e Irineu foi sepultado no cemitério São Francisco Xavier, sepultura n. 81793.